sexta-feira, 3 de agosto de 2012

DIESEL PODE FICAR MAIS LIMPO ANO QUE VEM

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Marco regulatório do setor de biocombustível, esperado para ser aprovado ainda este ano, deve propor mistura gradual do combustível verde no diesel. Em 2013, a mistura passaria dos atuais 5% para 7%. Em 2014, porcentual atingiria 10% e, em 2020, 20%.

O diesel brasileiro pode se tornar ainda mais limpo já no próximo ano, com a elevação da mistura do biodiesel ao diesel dos atuais 5% para 7%. Essa é a estimativa de duas entidades representantes do setor, a UBRABIO – União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (www.ubrabio.com.br) e a APROBIO – Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (www.aprobio.com.br). Ambas baseiam o prognóstico levando em consideração que o marco regulatório do setor seja aprovado ainda este ano.

"Dependemos do novo marco regulatório. Estamos negociando com o governo federal já faz mais de um ano e estamos na reta final desta negociação", disse nesta quinta-feira o presidente da Aprobio, Erasmo Carlos Battistella, durante evento em São Paulo. Ontem, em reunião marcada com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, os produtores esperavam que os resultados do trabalho desenvolvido por uma equipe interministerial do governo que discute o marco regulatório fossem apresentados, antes que ele seja enviado para votação no Congresso Nacional.

Uma das mais esperadas medidas desse marco seria o aumento gradual da mistura do biodiesel no diesel até 2020, quando atingiria os 20%. Já para 2014 é esperada uma composição de 10% de biodiesel no diesel. Esta porcentagem já é viável para a indústria abastecer o país. “Atualmente, apenas 40% da capacidade industrial do país é explorada para a produção desse biocombustível, sendo que a disponibilidade é de 60%”, segundo o presidente do Conselho Superior da UBRABIO, Juan Diego Ferrés.

Dados da indústria apontam que a produção de biodiesel atingiu 2,7 bilhões de litros em 2011, enquanto a capacidade instalada é para fabricação de 6,9 bilhões de litros. Para Batistella, essa quantidade disponível “pode permitir a exportação e a adoção do combustível em frotas cativas, como transportes coletivos urbanos ou caminhões de coleta de lixo, por exemplo, e construir um caminho para a afirmação do biodiesel na cadeia energética do país”

As frotas cativas fazem parte dos maiores responsáveis pela poluição nas grandes cidades brasileiras. O benefício ambiental é um dos legados do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), que passou a cobrar que todo o diesel comercializado no País deveria conter uma mistura de 2% de biodiesel a partir de 2008. Os legados econômico e social também são grandes.

Segundo Ferrés, a “contribuição significativa em diversos aspectos a partir da introdução de um novo biocombustível na Matriz Energética” inclui “ redução das importações de diesel, criação de renda, fixação de famílias no campo para o cultivo de soja, expansão da agricultura sustentável e contribuição para o desenvolvimento regional”.

A contribuição econômica ainda se dá no Saldo da Balança Comercial Brasileira, já que a importação de diesel representa 25% desse saldo. Se não fosse a adição de biodiesel, o Brasil teria que 19 importar o volume correspondente de diesel (2,7 bilhões de litros), o que elevaria o dispêndio em mais de US$ 2 bilhões em 2011.

O Brasil é um dos três maiores produtores e consumidores de biodiesel no mundo e apresenta potencial inigualável para competir com Estados Unidos, Argentina e Alemanha. As principais matérias-primas usadas na produção do combustível limpo são a cana-de-açúcar e a soja.Em menor escala, são usados o milho, a palma (dendê), a gordura animal, sementes de linhaça e mamona.

Com informações do Portal Ambiente Energia e Reuters

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